LINGUAGEM NÃO VERBAL - POSTURA CORPORAL (CINÉSICA)
Olá, queridos leitores!
No blog de hoje, trataremos sobre linguagem não verbal, mais precisamente sobre a postura corporal (cinésica).
POSTURA CORPORAL (CINÉSICA)
O termo cinésica origina-se do Grego kinesis, que significa "movimento" e designa o estudo do comportamento comunicativo do corpo humano. Nesse viés, a linguagem cinésica possui elementos individuais e culturais, isto é, a linguagem corporal varia de indivíduo para indivíduo e de cultura para cultura. Portanto, trata-se dos movimentos que realizamos com todas as partes do nosso corpo, também chamada de linguagem corporal. Expressões faciais, postura corporal e gestos fazem parte da comunicação cinésica.
Dolz et al (2004) destacam que a comunicação envolve outros meios além dos elementos linguísticos e prosódicos. Isso significa que a comunicação não se limita apenas à linguagem verbal, mas também inclui elementos não verbais, como gestos, expressões faciais, postura corporal, tom de voz, entre outros. Além disso, a comunicação também pode ser influenciada por fatores contextuais, como o ambiente, a cultura e as relações sociais. Portanto, a comunicação é um processo complexo que envolve múltiplos aspectos e meios de expressão.
EM BOM PORTUGUÊS: O CORPO FALA. EM BOM PORTUGUÊS: O CORPO FALA
No ambiente de trabalho (entendam trabalho como qualquer ambiente que estejamos em comunicação com terceiros), entender a linguagem corporal e usá-la a seu favor, é de
grande importância. O corpo denuncia o que está por detrás das palavras. Nessa perspectiva, a postura
entrega o que a pessoa está sentindo, medo, tensão, insegurança, alegria. Como destaca Mehrabian (1971), '55% da comunicação é não verbal, 38% é vocal e apenas 7% é verbal'. Isso reforça a ideia de que a linguagem corporal é um aspecto fundamental da comunicação eficaz.
Fonte: pulse linguagem
A imagem retrata um ambiente de trabalho marcado por tensões e comportamentos tóxicos, evidenciados pela linguagem corporal dos personagens, conforme as teorias de postura cinésica. Em primeiro plano, uma mulher sentada à mesa cobre o rosto com as mãos, indicando exaustão emocional e tentativa de autodefesa, enquanto um homem em pé gesticula de forma agressiva, com o corpo inclinado para frente e expressão de raiva, sugerindo uma relação de dominação e opressão. Ao fundo, um casal discute com gestos acusatórios e defensivos, e, no andar superior, três pessoas cochicham entre si, com posturas corporais fechadas e voltadas para a exclusão, revelando um clima de julgamento e fofoca. Diante do exposto, as posturas e expressões revelam um ambiente hostil, onde as relações interpessoais são marcadas por conflito, estresse e falta de empatia.
O CORPO MOSTRA A EMOÇÃO
As relações interpessoais têm influência direta na comunicação não verbal de um determinado grupo. O relacionamento interpessoal (a conexão feita por duas ou mais pessoas de um mesmo círculo) diz respeito a como lidamos e nos relacionamos com nossos amigos, familiares, colegas de trabalho e desconhecidos.
EXPRESSÕES FACIAIS
Nossas expressões faciais desempenham um papel fundamental em nossas interações sociais. Elas são uma forma poderosa de comunicação não verbal, transmitindo emoções, intenções e estados de espírito. O psicólogo americano Ekman (1972) argumenta que, "as expressões faciais são uma forma universal de comunicação, que transcende as barreiras linguísticas e culturais". De acordo com Ekman, as expressões faciais são uma das formas mais primitivas e universais de comunicação não verbal, permitindo que as pessoas transmitam e recebam informações emocionais de forma rápida e eficaz. Ele identificou seis emoções básicas que são universais e podem ser reconhecidas em todas as culturas:
- Felicidade
- Tristeza
- Raiva
- Medo
- Surpresa
- Nojo
Essas emoções são expressas por meio de padrões faciais específicos, que podem ser reconhecidos e interpretados por outras pessoas. Além disso, as expressões faciais também podem ser usadas para:
- Comunicar intenções e estados de espírito
- Regulação emocional
- Construção de relacionamentos
- Influenciar a percepção dos outros
Fonte: estudio nanquim
O CORPO FALA
Desvio do olhar
Olhar perdido
Olhar para cima
Cruzar braços e pernas
Mãos na cintura
Mãos fechadas
Velocidade e articulação das palavras
Mãos próximas à boca
Uma linguagem corporal positiva fará com que as pessoas deem mais crédito à mensagem que você está transmitindo.
Gestos bem definidos
Tom de voz agradável
Movimentos condizentes
OS GESTOS NA LINGUAGEM CORPORAL
Os gestos na comunicação não-verbal podem ser classificados em várias categorias, cada uma com sua própria função e significado. Aqui estão alguns tipos com exemplos:
Gestos Emblemáticos: São gestos que possuem significados culturais específicos e muitas vezes podem ser traduzidos diretamente em palavras.
Exemplos incluem:
- O polegar para cima (sinal de aprovação).
- O sinal de paz (um “V” com os dedos).
Gestos Ilustrativos: São gestos que acompanham e enfatizam o discurso verbal. Eles são usados para visualizar ou explicar conceitos.
Exemplos incluem:
- Gesticular enquanto descreve as dimensões de um objeto.
- Fazer movimentos de mão para mostrar como algo aconteceu.
Gestos Reguladores: Esses gestos ajudam a manter o fluxo da conversa, como indicar que é a vez de outra pessoa falar.
Exemplos incluem:
- Acenar com a mão para que alguém continue falando.
- Fazer um gesto de pausa para indicar que a pessoa deve esperar.
Gestos de Manipulação: São gestos que surgem de maneira espontânea para lidar com situações ou emoções específicas.
Exemplos incluem:
- Mexer no cabelo quando alguém está nervoso.
- Coçar o nariz quando se sente desconfortável.
Para aprofundar seu conhecimento sobre as diversas formas de comunicação não verbal, abaixo você encontrará uma lista de blogs que exploram temas relacionados e podem enriquecer sua compreensão sobre o assunto.
Anderson Viveiros - Linguagem Cronêmica
Andreza Alcantara - Expressões Faciais
Elis Rebeca - Olfática
Flaviane Carvalho - Signos e Símbolos
Ludmilla da Silva - Entonação Vocal
Luis Henrique - Háptica
Maria Carolina - Silêncio
Mariana Oliveira - Gestos
Raimundo Nonato - Linguagem Ocular
Verania Keline - Paralinguagem
Priscila Mendes - Sinais
REFERÊNCIAS:
Dolz, J., Schneuwly, B., & Haller, S.. O oral como texto: como construir um objeto de ensino. In B. Schneuwly, Dolz, J., & cols. (Eds), Gêneros orais e escritos na escola (pp. 125-158); Tradução Roxane Rojo, & Glaís Sales Cordeiro. Mercado de Letras. 2004.
EKMAN, P. Universals and cultural differences in facial expressions of emotion. In: COLE, J. (Ed.). Nebraska Symposium on Motivation. Lincoln: University of Nebraska Press, 1972. p. 207-283.
https://pt.linkedin.com/pulse/linguagem-cin%C3%A9sica-marcelo-ga%C3%BAcho
MEHRABIAN, A. Silent messages. Belmont: Wadsworth, 1971.
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